Economia

Safras eleva cotações das hortaliças

Transação de safras eleva cotações das hortaliças no atacado.

Batata, cebola, tomate, cenoura e alface tiveram raras quedas de preço, as quais foram de pequena intensidade

As cotações das hortaliças apresentaram alta em novembro na maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas). Os cinco produtos analisados (batata, cebola, tomate, cenoura e alface) tiveram raras quedas de preço, as quais foram de pequena intensidade. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou hoje o 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do país.

A batata e a cebola, segundo a Conab, tiveram alta nas cotações em todos os mercados, sem exceção, e de certa forma intensas. Com relação a batata, os aumentos vem ocorrendo desde setembro. As variações ficaram entre 57,71% na Ceasa/PE – Recife e 9,72% na Ceasa/CE – Fortaleza. “O quadro conjuntural da batata, em novembro, se comportou como previsto. A transição da safra de inverno para a das águas, proporciona sempre aumento de preço, com a oferta irregular aos mercados atacadistas. A diminuição na quantidade ofertada por Goiás (mais especificamente por Cristalina), e por São Paulo, ainda não foi compensada pela produção da safra das águas que tem sua origem em Minas Gerais e Paraná, nesse período”, informa a Conab.

A cebola teve esperado movimento de alta nos preços com o início da safra de verão no Sul do país. No fim do ano, ocorre o término da colheita de cebola em Minas Gerais, Goiás e no Nordeste (oferta concentrada na Bahia e em Pernambuco). A safra que se inicia vem principalmente do Estado de Santa Catarina, sobretudo da microrregião Ituporanga. Em novembro, o maior porcentual de alta de preço foi registrado na Ceasa/PE – Recife (86,54%), seguido do observado na Ceasa que abastecem Goiânia/GO (78,00%).

O tomate, em novembro, novamente teve cotação com tendência de alta. Somente na Ceagesp – São Paulo e na Ceasa/CE – Fortaleza os preços tiveram queda, assim mesmo em pequenos percentuais (1,38% e 4,74 % pela ordem). Nos demais mercados analisados, o maior aumento foi na Ceasa/PE – Recife (53,43%), seguida de aumento de preço na Ceasa que abastece o Rio de Janeiro/RJ (14,22%). Segundo a Conab, a alta em novembro é explicada pelo fim da safra de inverno em várias regiões produtoras e ainda a insignificante safra de verão. “Em dezembro, o ritmo de colheita desta safra vem se intensificando e pressionando até agora os preços para baixo”, diz a Conab.

Para a cenoura, o único mercado a apresentar queda de preço foi o que abastece o Rio de Janeiro/RJ (4,96%). Na CeasaMinas – Belo Horizonte e na Ceasa/ES – Vitória houve estabilidade de preço, enquanto o porcentual de aumento na Ceasa/PE – Recife foi de 1,04%. Na Ceasa/GO – Goiânia e na Ceagesp – São Paulo, os porcentuais de aumento foram maiores, atingiram 13,26% e 10,92%, respectivamente.Para a alface, as altas de preços ficaram entre 5,56% na Ceasa/CE – Fortaleza e 56,25% na Ceasa/PE – Recife. Apenas no mercado do Rio de Janeiro/RJ houve queda de preço, de 5,63%.

A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Frutas

No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).Em novembro, houve queda das cotações da banana na maioria das Ceasas. A oferta da nanica e da prata registrou queda na maioria das zonas produtoras e em todos os entrepostos atacadistas analisados, com prejuízos para diversos produtores. “Contribuíram para esse movimento temporais que danificaram bananais no Vale do Ribeira (SP) e em Delfinópolis (MG)”, comenta a Conab.

A maçã teve elevações pontuais de preços nos principais entrepostos do Sudeste e quedas mínimas nas Ceasas do Nordeste. A oferta caiu na maioria das Ceasas, mas de forma controlada e, com a saída de ofertantes do mercado e a maior demanda, houve ganhos extras aos produtores. A laranja teve oscilações de preços pontuais nas Ceasas do Sudeste, e alta de dois dígitos nas Ceasas Nordestinas. A oferta caiu na maioria dos entrepostos, apresentando leve elevação na Ceagesp/ETSP e na Ceasa/ES. A laranja voltada ao consumidor final apresentou baixa qualidade (muitas chuvas que aceleram o amadurecimento das frutas), comprometendo as vendas.

A Conab explica, entretanto, que para a laranja pera, especificamente, os preços foram bastante estáveis, em virtude de sua concorrência com as laranjas tardias valência e com as temporãs.

A melancia apresentou alta de preços em cinco Ceasas e estabilidade nas Ceasas do Nordeste. A oferta diminuiu em todos os entrepostos atacadistas, à exceção da Ceagesp/ETSP. A oferta diminuiu nas Ceasas muito em virtude do fim da safra de Uruana/GO e a safra próxima ao fim em Marília (SP) e Oscar Bressane (SP). Itápolis (SP) e Teixeira de Freitas (BA) avançam na sua colheita, com boa qualidade, produtividade e rentabilidade positiva na produção.

Já o mamão registrou queda na oferta em cinco Ceasas e queda de preços em todas as praças comercializadoras, à exceção da alta na Ceasa/ES. “O amadurecimento precoce por causa de fortes chuvas e a perda na qualidade explicam essa queda”, informa a Conab. Para a maioria das regiões, a desvalorização na comercialização do mamão papaia foi maior do que a do formosa, que registrou preços mais elevados em relação a 2017.

O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do país.

Fonte: Revista Globo Rural / Foto: Hanny Guimarães / Ed. Globo

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