Agricultura

Mato Grosso terá novo recorde na produção de Algodão

Instabilidades climáticas à parte, plantar e colher abundantemente é uma situação quase sempre invariável em Mato Grosso

Na safra 2016/2017, a produção de grãos alcança novo recorde. Não é diferente com a produção de fibras. A oferta da pluma de algodão para 2017 está estimada em 986,6 mil toneladas pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O volume é 12,5% maior que o da safra anterior, quando foram produzidas 876,8 mil (t) de algodão em pluma no Estado. Das 986,6 mil (t) de pluma produzidas, cerca de 446 mil (t) serão destinadas a atender o consumo interestadual na atual safra. Esse volume é superior à demanda interna verificada na última temporada agrícola, quando o consumo ficou limitado a 385,2 mil (t), aponta o Imea.

Para os analistas do Imea, essa perspectiva reflete a confiança na retomada do crescimento econômico do país. Além disso, desde a última safra as cotações mais atraentes no mercado interno influenciaram na preferência dos produtores por negociar no mercado doméstico, “elevando o consumo interestadual e ajustando para baixo a previsão de exportação”, comentam os analistas. Para o atual ciclo a estimativa é que 479,5 mil (t) sejam embarcadas com destino a outros países.

“As lavouras de algodão estão boas, com perspectiva de boa safra. Melhor que a última, que teve quebra grande”, observa o produtor Valdir Jabocowski. No município de Campo Novo do Parecis, ele planta soja, milho e algodão. A soja é preponderante e o algodão é a 2ª opção principal de lavoura. “Vou colher bem nesta safra, diferentemente do ano passado, quando a produtividade ficou abaixo da média”.

A cotação da pluma também está mais valorizada no mercado doméstico. Na última semana, o preço alcançou a média de R$ 86,80 a tonelada no Estado, valor 11% maior que a média registrada no mesmo período do ano passado. A semana também foi de alta para os contratos futuros, com vencimento para julho e dezembro deste ano, que ficaram cotados em média a R$ 78,62 a arroba e R$ 74,59 a arroba, respectivamente.

“Entretanto, ambas permanecem abaixo do ponto de equilíbrio para a safra 2016/2017, que marca R$ 79,72 a arroba”, pontuam os analistas do Imea. De acordo com o instituto, o contrato corrente na bolsa ICE, para maio, apresenta cota- ções mais elevadas nas últimas semanas. O movimento de alta nos preços é comum no período. Mas, as atuais cotações ficam situadas num patamar bem mais elevado que nos últimos 2 anos. Em 2015, as cotações no período registravam US$ 64,59/libra-peso e em 2016 US$ 63,80/libra-peso. Para 2017, o contrato corrente registra US$ 80,07/libra-peso.

“Para os contratos futuros, as cotações podem se repousar em canais de preços entre US$ 79,11/lp, para julho de 2017; US$ 74,86/ lp, para outubro/17, e US$ 74,44/lp para dezembro/17”, projetam os analistas. Caso essas tendências se confirmem, somente em julho os produtores poderão observar alta nos preços, mesmo abaixo da atual cotação.

“Como 63,5% da pluma para a safra 2016/2017 já foi comercializada, este é um tema que toma as atenções dos players brasileiros”, expõe o Imea no último boletim semanal. Com cotações mais baixas para os próximos meses combinadas com a oferta mais elevada no mundo apontada pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) -, a dica é que os produtores mato-grossenses fiquem atentos para aproveitar as melhores oportunidades de negócios.

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